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A Escola Estadual “Nova Chance” foi criada para atender os reeducandos do Sistema Prisional do Estado de Mato Grosso na modalidade EJA - Educação de Jovens e Adultos, propondo uma forma de educação com conteúdos críticos, voltados à realidade do aluno adulto que se encontra incapaz de compreender a sua realidade e buscar formas de transformá-la, levando em conta um contexto marcado pelo preconceito e exclusão social.

16 de agosto de 2011

Escola Nova Chance expande atendimento no Estado de MT

Dos cerca de 1,7 mil estudantes matriculados, cerca de 120 alunos são mulheres


A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) vem ampliando o número de municípios atendidos com as salas de extensão da Escola Estadual Nova Chance. Em 2011 chega a 16 o número de cidades. No ano de 2008, data da criação da unidade, eram apenas 10, o que representa um significativo aumento de mais de 50% em três anos. As salas de extensão atendem atualmente cerca de 1,7 mil reeducandos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Mato Grosso em 20 unidades prisionais.

Dos cerca de 1,7 mil estudantes matriculados, cerca de 120 alunos são mulheres. “Temos casos de registro de sala de aula mista como na cadeia pública de Araputanga e não existe nenhum problema de indisciplina”, explica a diretora da Escola Nova Chance. Ela ainda complementa que são 70 profissionais da educação atuando. “O Estado está garantindo um direito a essas pessoas”.

Selma reconhece que o número de vagas ainda não atende a demanda do Estado, mas pondera que o trabalho sofre um processo diário de melhoria no intento de otimizar o atendimento as especificidades do público. No ano passado foram realizados dois encontros na capital, pela Gerência de Educação de Jovens e Adultos, da Seduc, junto aos atores envolvidos no processo de ressocialização. O objetivo foi a finalização do plano de educação destinado ao sistema prisional. Esse plano irá traçar estratégias de ações pedagógicas para suprir as necessidades educacionais e de ressocialização. Mato Grosso, de acordo com dados do sistema prisional, possui cerca de 11,7 mil reeducandos distribuídos em 53 cadeias públicas e oito penitenciárias.

Uma das mudanças implementadas pela Seduc, em 2011, é em relação à figura do orientador pedagógico. Eles foram eleitos pelos profissionais da educação que atuam nas salas anexas da Escola Nova Chance em todo o Estado. “Caberá aos assessores atuarem e intervirem em ações pedagógicas visando a melhoria do processo de ensino e aprendizagem”, destaca Celma.

O professor Valdomiro Oliveira Filho, orientador pedagógico na cidade de Rondonópolis (212 Km ao sul da Capital), trabalha com a educação de reeducandos desde o ano de 2009, na penitenciária Mata Grande. Lá existem sete salas de aula, e uma biblioteca. Ao todo estudam nessa localidade 250 alunos. “Muitos nos dizem que realmente sentem-se livres quando estão em sala de aula", relata.

Nas salas não existe separação entre professores e alunos, não há grades, e todos ficam juntos durante quatro horas diárias. "O respeito é recíproco entre educadores e educandos, a indisciplina é quase inexistente", diz. O professor é referência, atua como um pouco de tudo. "Às vezes o limite é expandido e passamos a ser psicólogos”, conclui ele.

Fonte: PATRÍCIA NEVES/Seduc-MT

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