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A Escola Estadual “Nova Chance” foi criada para atender os reeducandos do Sistema Prisional do Estado de Mato Grosso na modalidade EJA - Educação de Jovens e Adultos, propondo uma forma de educação com conteúdos críticos, voltados à realidade do aluno adulto que se encontra incapaz de compreender a sua realidade e buscar formas de transformá-la, levando em conta um contexto marcado pelo preconceito e exclusão social.

20 de setembro de 2010

SEMINÁRIO DEBATE A CRIAÇÃO DE PLANO ESTRATÉGICO DE EDUCAÇÃO EM UNIDADES PRISIONAIS


De 21 a 24 de setembro, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) promove o ‘Seminário para construção do Plano Estratégico de Educação em Unidades Prisionais’. O evento, promovido pela Gerência de Jovens e Adultos (EJA), será realizado no Global Garden Hotel, a partir das 16h, com a participação de todos os atores envolvidos no processo de construção de uma proposta que contemple as especificidades do público.
Para a discussão sobre a criação de um planejamento  educacional caracterizada por normas e procedimentos próprios foram convidados os gestores representando a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), representantes de 19 unidades prisionais de cidades de Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Sinop, Água Boa, Primavera do Leste, Jaciara, Aripuanã e Porto Alegre do Norte.
Atualmente participam das atividades educacionais no Estado um total de 1.743 reeducandos, que são atendidos por 73 educadores, geridos pela Escola Nova Chance. Outros 1,9 mil integram as atividades propostas pelo programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação (MEC).
A organizadora do evento, professora especialista Kátia Miranda, cita que a elaboração do plano nasceu da necessidade de melhoria da qualidade de vida do aluno da EJA detido. “As transformações porque passaram e ainda passam à sociedade,  dificultam a inserção e, até mesmo, a permanência dos trabalhadores no mundo do trabalho, situação que amplia a fragilidade desta população, que possui, naturalmente, maiores dificuldades de encontrar um posto de trabalho – remunerado.
“Há dois anos começamos a discussão para a elaboração de um currículo, baseado em nossas Orientações Curriculares, que contemplasse as especificidades da área. Temas interdisciplinares como direitos humanos, cidadania, democracia, sustentabilidade, diversidade, economia solidária, devem ser abordados”, explica Kátia.
O estudante do 1º Segmento da EJA, em Várzea Grande, Leandro Nunes, 18, considera o processo saudável e oportuno, pois a metodologia democrática para as discussões possibilita a ampliação da oferta de aprendizagem. ‘Eu gosto de estudar e quero fazer um curso superior assim que eu puder’. Leandro é albergado e participa das atividades no CEJA Licínio Monteiro da Silva.
O poder transformador da educação é inquestionável e exemplos são vários. O reeducando Jackson Santos Queiroz concluiu a EJA no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Ele prestou vestibular para pedagogia e já terminou o curso de graduação. Hoje  ele atua como multiplicador de conhecimento aos demais colegas.
Outro bom exemplo é o caso do escritor Vitor Miguel Venâncio, que esteve na unidade prisional major Eldo Sá Corrêa (Mata Grande), em Rondonópolis, e foi o responsável por organizar os textos de colegas no livro ‘Escrevendo Sou Livre’. 

Foram convidados para as discussões os atores envolvidos no processo, professores, representantes do Ministério Público Estadual, da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Assembleia Legislativa, Sintep,  Defensoria, Poder Judiciário, Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT), Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), dentre outros.

Patrícia Neves 
Assessoria SEDUC/MT

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